23 de novembro de 2012

Romantismo, de quem é a culpa?


Parte da culpa pode ser do conto de fadas, de Hollywood ou dos livros que superestimam o amor como um caminho para a felicidade e realização. Mas vamos ser sinceros. A maior parte da culpa é nossa. Somos nós que vemos um olhar normal e inventamos que é diferente, que ao sentir o toque dele imaginamos arrepios que percorrem o corpo e a alma, sem parar para pensar que um vento frio bateu justamente na hora ou que uma gripe te pegou de surpresa trazendo todos aqueles sintomas que achamos ser amor. Romanticalizamos tudo. E era de se esperar diante da proposta sedutora de encontrar uma alma gêmea que te complete, que te entenda e que.. te ame! Então queremos acreditar que o carinha que conhecemos na balada possa ser nossa cara-metade. Afinal, aquele beijo não foi por acaso, teve uma química diferente. Não é mesmo? E se ele ligar no dia seguinte, é um sinal dos céus. Ele passa a possuir um grande potencial de ser a tal metade da laranja que você vem procurando há tanto tempo.  Nos entregamos a fantasia, nos apaixonamos, jogamos em cima do relacionamento a obrigação de nos fazer felizes, e para sempre, fazemos mil planos para o futuro. Mas espera um segundo. O quanto disso, verdadeiramente, é real? Talvez só mesmo o nosso desejo pelo amor e por acreditar em sua existência.

Não que o amor não exista. Ou exista. O ponto é que esse amor que buscamos é invenção. Nada mais que uma projeção de nossas fantasias e ideias sobre uma felicidade a dois. Queremos tanto encontrar um sentimento que ultrapasse os limites impostos como o de Romeu e Julieta que fazemos exatamente como Shakespeare e o inventamos, apenas de uma forma menos poética.  Basta uma sombra de afeto ou atenção que o enxergarmos e o exaltamos como a chance da nossa vida de ser feliz. O fato é que essa ilusão criada talvez pelos livros e sustentada por nós, nos coloca cada vez mais distante de uma felicidade real. Por mais que tentemos amparar esse falso amor, mais cedo ou mais tarde ele se dissolve, nossos pés voltam a tocar a realidade e ficamos com um puta sofrimento e com a sensação de inexistência do amor. Temos que encarar os fatos. Por mais que seja tentadora a ideia de ter encontrado o amor da sua vida, devemos questionar se ele é realmente tudo o que pensamos ou é apenas nossa fantasia. Se enxergarmos a incoerência de nossas idealizações, talvez encontremos na pessoa ao lado algo bem melhor do que o imaginado. 

nota: sou romântica incorrigível!
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