21 de setembro de 2012

Você sabe ser sozinho?


O que você vai fazer quando segundos antes de dormir o seus olhos se fecharem e encontrarem o meu rosto? Quando você se lembrar do último beijo que não soube ser último e deixou meu gosto preso nos seus lábios? Quando meu perfume esvair dos seus lençóis, mas não da sua memória? Como vai encarar a companhia da solidão quando o amor de doze horas for embora pela manhã? E a porta continuar fechada, porque agora só você possui a chave? Como você vai reagir quando ninguém notar o seu timbre triste ou se preocupar com o decorrer dos seus dias? O que vai sentir quando o ar ocupar o lugar entre seus dedos? Quando do outro lado do telefone ninguém te atender? Você vai saber lidar com o silêncio? E se acostumar com o cobertor como única fonte de calor? Você não sabe. E esse não saber devasta minhas expectativas, consome meus sonhos, apaga os meus sentimentos. E é para não perder o que ainda nos resta que eu vou deixar que você me perca. Vou deixar que você descubra. Sozinho.
Read More

7 de setembro de 2012

O estúpido vício de amar você


Alguém viu o meu amor próprio por aí? Meu coração ainda vem na boca com uma mensagem dele. Arranquem o perfume impregnado na minha pele, no grito, no tapa. Batam na minha cara para ver se a vergonha aparece. Já tenho diagnóstico: estupidez aguda. Tentei usar o tempo como cura, mas a presença dele ainda inquieta meus sentidos, adormece minha razão. A sanidade perde feio pra um olhar dele. Alguém me traz um espelho, preciso ver para relembrar os hematomas no corpo inteiro e a cicatriz do lado esquerdo. Ele vem sempre com as mesmas palavras, as mesmas mentiras, o mesmo egoísmo. E minha fantasia ainda distorce cada letra. Meus neurônios sinalizam não e minha língua sonoriza sim. Os fatos me mandam embora, mas seu jeito sem vergonha contamina minha decisão. Eu fico, como boa idiota que sou. Faço vista grossa uma, duas, três vezes mais. Não dá mais. Então a indiferença dele passa a envenenar meu desejo. A vaidade dele corrompe o mundo paralelo que criei. A cama vazia de manhã berra por uma migalha de bom senso. Mudo a fechadura, o número do telefone, os lugares que frequento. Tomo doses controladas de juízo e finjo esquecimento. Até, na curva do sorriso dele, esbarrar outra vez com a minha insanidade.
Read More
Tecnologia do Blogger.

© Vértices de um coração, AllRightsReserved.

Designed by ScreenWritersArena